quarta-feira, 26 de agosto de 2009

.Da.arte.de.interpretar.

E não vá pensando que eu me conformei com as vírgulas e os pontos de exclamação entre nós! Eu sei, fui eu que escolhi o ponto final. A vida é mesmo assim, cheia de reticências... E agora? Eu perdi o compasso, eu perdi o tom, eu perdi a rima e nem mesmo sei onde colocar as interrogações! Me coloque entre parênteses na sua frase que tudo fará sentido! Estou cansada de colocar a "nossa história" entre aspas, vamos começar de novo com dois pontos.

domingo, 2 de agosto de 2009

Da.ironia.

Aquela garota de corpo escultural, olhos claros, jeito de menina e nas horas certas selvagem, era ela ali parada na minha frente. Serviu-me bons vinhos e uma conversa agradável, histórias que quase me comoviam, mas que quebravam-se em partículas bem pequenas, dramas quando sorria feito criança. Pra mim era bem visível, embora fosse difícil de entender. Era claramente imatura. Faltava-lhe amor e um pouco de seriedade na qual ela disfarçava com sua inteligência e excentricidade. A excentricidade passava despercebida, visto que tua voz sutilmente tocava e encantava os ouvidos de qualquer um disposto a tornar-se um bom ouvinte.
De uma forma ou de outra quase sempre conseguia o que queria, teu corpo era tua maior armadilha. Armadilha em que ela mesma por vezes se perdia e nas horas de solidão colocava-se a chorar, pois gostaria que a enxergasse de um modo que ninguém a via. Tratava os homens como brinquedo, alimento fácil e admirava sua melhor amiga, no entanto muitas vezes ela servira como alvo de competição, afinal como aquela garota tão anormal e estranha conseguira fácil, sem esforço algum um pouco daquilo que gostaria de ter todos os dias? Era tão inadmissível que toda pessoa que se aproximava dela inexplicávelmente tinha algo no qual ela se identificara muito e assim a seduzia. Era preciso mais, obter o prazer e o poder de ter ou destruir. Ainda sim o vazio era o mesmo, porém enfeitado. Quando já não lhe servira mais era descartado.
Os dias foram se passando e quanto mais ignoravam sua problemática, mais ela fazia por chamar a atenção. Aparentemente tão perigosa, despercebidamente frágil. Ah, como a falta de atenção a incomodava! Era capaz de fazer qualquer absurdo ás escuras para obter o controle das coisas, pessoas e situações. Abominava todo e qualquer um que seu brilho ofuscava, tentando se destacar na falsa impressão de bondade e humildade ou humilhando mesmo a partir do ponto fraco : o psicológico. Acontece que embora o destino ironicamente cedesse, uma hora a situação acabava por se esvair. Eu tenho pena e tudo o que eu lhe ofereço é carinho e compreensão, eis o ponto que ela mais odeia e adora em mim! Horas, ela não me deixa partir, mas antes roubará tudo o que puder de mim! É preciso um terceiro, sempre.