terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

O Presente

Hoje acordei entusiasmada! Diante de tantos e longos, intermináveis dias de espera, resolvi que então devo ser minha melhor companhia! As resoluções não são imediatas, logo devo orientar-me a ser mais paciente e descontraída, enquanto isso discretamente de mim mesma devo lançar possibilidades ao Universo... Pois assim quem sabe ele manda de volta?

É curioso como a cada vez que me olho no espelho me vejo por uma perspectiva diferente, porém o reflexo é sempre o mesmo. Ás vezes sinto que o passado quer dizer alguma coisa através da reflexão do espelho, mas que nem mesmo com uma lupa ou luneta eu seria capaz de enxergar os detalhes minuciosamente. O que me faz por hora refletir, viver e entender o presente, porque afinal não deixa de ser um presente.

Um presente que eu mesma criei e dei a mim mesma. E sabe o que é mais interessante? Ao contrário do que se pensa receber um presente de nós mesmos é como receber o presente de outro alguém, afinal de qualquer forma é inesperado. O que é uma grande surpresa!

Sei que meu futuro vai se constituir também de surpresas que lançarei a mim e ao Universo, ou simplesmente ao meu "infinito particular". Só não sei ao certo exatamente o que estarei guardando para mim. Mas esse é um grande mistério que não quero desvendar, para não estragar a surpresa.

Acho tão desagradável quando já sabemos o que vamos ganhar e estragamos a surpresa, por mais esperado que seja, perde a graça. E a graça das coisas está na graça. Bonito é quando recebemos um presente de bom grado com o entusiasmo de uma criança! A criança quando recebe um presente tem sinceridade no sorriso, um brilho no olhar. Não há muita cerimônia para abrir o presente e os dedos pagam com velocidade o preço da curiosidade. Eis que então visualiza-se o presente, se há de gostar não há de largar e traduzir a gratificação em algum gesto de sorriso, abraço ou de olhar. Caso contrário uma criança há de demonstrar com toda verdade sua indiguinação e frustração provenientes do presente não correspondente ás suas expectativas. Mas na medida em que crescemos e levamos lá nossos puxões de orelha, aprendemos a nos gratificarmos somente pela intenção independente do presente corresponder á nossa expectativa ou não.

Assim lidamos também com o nosso próprio presente e se erramos na escolha ou simplesmente não a fazemos, aprendemos a nos perdoar pela falta de consideração e/ou mau gosto.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Celebrção Racional (!?)

Carnaval é época de festejar! Em meio as crises sociais, econômicas e políticas, sejam no Brasil ou meramente mundanas, aqui estamos nós brasileiros sambando e alegrando o mês de fevereiro. Durante quatro dias o país é arrastado e tomado pelas garras de Dionísio. Quer dizer, começamos o ano bem. Ilustrando a "verdadeira" face do Brasil aos estrangeiros!

E há quem reclame depois da imagem que passamos lá fora! Não é por menos o qual o nome que se denomina nessa verdadeira " orgia cultural " explicitamente se chama Carnaval! Não é preciso muito para que o contexto histórico dessa grande vibração explique toda essa folia "oprimida". Será?!

Há quem conteste e bata os pés no chão, mostrando a censura ofuscada que ainda se instala aqui neste país. Tomamos como exemplo mais especificamente este ano de 2008. A polêmica causada pela escola de samba do Rio de Janeiro, Viradouro. O alvo da polêmica foi um dos assuntos do tema explorado pela escola, apesar de um enredo fraco ser denominado como “é de arrepiar”, um dos carros foi hiperbolicamente ilustrado. Trata-se do Holocausto.

Realizem em suas mentes sãs ou insanas a imagem daquele homem que simboliza a desumanidade contra a diversidade étnica em cima de um carro, ressaltando sua glória e poder, remexendo na ferida de judeus, com a imagem representativa de seus ancestrais mortos ao redor da personificação da maldade na Terra. Sim, falamos de Hitler.Visto que se trata de um tema muito forte e chocante para o Carnaval já não podemos considerar o fato de censurar ou não um carro desses na avenida, trata-se mesmo da questão do bom senso de não ofender aqueles que procuram descontrair seu passado histórico sofrido no Carnaval.

Ainda sim, indignados com a situação, como se já não bastasse poder exercer sua liberdade de expressão mesmo com o carro do "kama - sutra" e a ala dos "sem-cabeça", no lugar do Holocausto colocaram vários representantes de Tiradentes vestidos de branco com a boca amordaçada e uma faixa atrás com os seguintes dizeres : " liberdade ainda que tardia"!

Querendo ou não, ninguém para pra pensar e refletir em eventos como o Carnaval, mas é certo que quem prestou atenção no rebuliço intelectual que a Viradouro causou intencionada ou não, na "quarta-feira de cinzas" pós carnaval houve muito o que se discutir sobre a "morte" de conceitos arcaicos.