segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Vamos brindar a vida?

Velhos amigos são como os bons vinhos:
Estão sempre lá esperando para serem vistos e escolhidos a dedo na adega dentre tantos, raríssimos de se encontrar e quando [re]encontramos os olhos transbordam de felicidade (como no primeiro contato)...
Percebemos que perto deles pouco importa a ocasião e sim a união. Qualquer lugar é lugar para degustar de momentos especiais com pessoas especiais, a graça das coisas está mesmo na simplicidade de um gesto decifrado com um olhar e de um sorriso que por semanas pode durar...
Aquela piada interna no bar que não foi esquecida, aquela presença surpresa sempre agradável e notável, aquela gentileza sutil, aquelas ligações que duravam horas até aquelas cartinhas tão caprichadas escritas á mão!
A gente vai crescendo e observando que os pequenos detalhes fazem toda diferença na nossa vida...tudo teve seu tempo, as estações mudaram, os frutos renderam, as folhas caíram e eles continuam lá como parte de nossas raízes, de nossa cultura, de nossa formação como ser humano. Tomamos pequenas doses diárias do que faz bem á saúde do nosso coração ao lado deles. Por vezes eles ficam em conserva, mas bem sabemos que os bons vinhos quanto mais tempo demoram para serem degustados ( quando bem conservados) melhor sentimos o seu sabor, assim como nossos amigos...os tempos podem não ser o mesmos, mas o prazer de revê-los é insubstituível...
Paixão é doce mas dura pouco porque enjoa ou porque acaba e por vezes fica um gosto amargo no final. Amizade é amor duradouro, denso, muito mais intenso, mais vivenciado, mais refinado, aquela sede de saciar-se com qualidade, o acompanhamento do processo de evolução, aquela família que escolhemos para ficar em volta de uma fogueira...pode até acabar ou se distanciar, mas nunca morrer, enquanto cultivas memórias boas que compensam e até mesmo cobrem os poucos momentos que por hora foram ruins, não há nada nem mesmo ninguém capaz de destruir a troca de energias positivas inenarráveis que há, se não de um para o outro, da memória para o coração.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Sobre uma observação

Era domingo , anoitecia naquela faculdade, pessoas se misturavam e andavam na mesma direção, algumas pegavam panfletos, outras corriam atrasadas,observava todas enquanto eu andava, mas no que eu reparei mesmo era em você.

Você que estava entre as mãos delicadas dela, você, motivo de primeiros contatos e de conversas, você, motivo de meu suspiro sutil, que me inquieta o desejo de encostar-lhe os lábios para saciar-te com todo prazer de uma boa prosa. Você que combina com as melhores músicas, os melhores gestos, as melhores falas,as melhores bebidas,com as noites chuvosas e madrugadas frias, você meu único e grande vício.

Minha vontade era de arrancar-te daquelas mãos delicadas enquanto ela filosofava sobre sua vida, sobre a prova e como tinha chegado até ali. Tudo o que eu queria era apenas desfrutá-lo... doce tentação! Mas não, fui resistente, apossou-se de mim naquele instante o velho e bom senso de não mendigar-te por apenas alguns minutos de prazer, sabia que se naquele momento eu deixasse apenas um olhar ou gesto involuntário e suspeito escapar em sua direção perto dela eu estaria acabando com meses de esforço para me desvincular de vez. Aquele que foi meu companheiro durante alguns anos nas diversas e melhores ocasiões, agora tinha aparência de despedida entre os dedos dela. Até aquele momento eu só o tocava nos finais de semana, como se de alguma maneira fosse necessário ter a sua companhia e seu charme perto dos outros e nos momentos solitários de reflexão, claro, não tão solitários assim, pois você meu caro, estava ali. Pra ser sincera desde quinta-feira passada eu já não reparava mais no quanto ele era belo e prazeroso, foi naquele domingo que algo dentro de mim despertou...

Não sei porque diabos, ela foi embora e de repente passou a vontade, você poderia até ter passado de mão em mão que já não faria mais diferença alguma agora....é cigarro, essa foi a minha primeira vitória diante de você e dos outros, seus dias estão contados...