domingo, 22 de junho de 2008

Convulsão emocional

Eis aqui o derrame do meu prazer...

Em frações de segundo as palavras escorregam das minhas mãos querendo dizer alguma coisa,mas existe um "curto-circuito" intervindo...

Se crescer e aceitar as coisas como elas são é ser medíocre e condicionado, acho que sou uma pessoa assim, em termos.Viver de idealismo é querer reviver Che Guevara e fechar os olhos para a situação econômica de Cuba, e pensar que Fidel Castro era "bonzinho", é querer romantizar um passado que nunca existiu por contas das emoções. Ideologia é bonita, mas não paga as contas.

É natural em uma certa fase da nossa vida acreditarmos em contos de fadas, mas depois que descobrimos que papai noel não existe, ficamos mais espertos com as histórinhas para boi dormir que nos contam ao longo da vida.

Tenho reversão da era do mix de liberdade e libertinagem em que vivemos, tenho cólera só de pensar no ser humano, mas quem disse que antigamente as pessoas eram diferentes? O condicionamento do comportamento humano muda de acordo com o tempo, mas as regras estão aí para serem seguidas ou quebradas, frisando que de acordo com a física: " toda ação tem uma reação".

Será que vale a pena o sacrifício de morrer "crucificado" e sofrer a vida inteira para virar uma idéia? Ou será melhor viver o agora não de acordo com o que nos foi condicionado, mas de acordo com a privação das consequências mais bruscas para nós mesmos sem deixarmos de sentir o sabor das coisas, ao passo que sendo críticos e realistas teremos noção de que tudo o que é doce demais faz mal,( tanto no sentido literal quanto no sentido metafórico da coisa.)sabendo dosar e escolher o que é melhor para nós mesmos? Fumar faz mal, mas é uma escolha de cada um.

Ter senso crítico é dar um basta nas fumaças que inalamos sem querer na vida, contrariamente do que muitos pensam, ser seletivo é saber viver. Vejam se os donos das grandes empresas de tabaco utilizam o que produzem, vejam quantos traficantes são usuários assíduos de drogas.Fumar é uma questão de romance, acreditar em certas coisas também.

Fecho minha idéia com um fragmento de uma música do Jay Vaquer : " Aposto que seu gosto é duvidoso. E é tão claro perceber que o que foi já não é mais vantagem, vai pela sombra que o que sobra é a miragem. E é tão fácil separar o que foi do que não foi bobagem, vai pela sobra que o que sobra é a miragem."

domingo, 1 de junho de 2008

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Da falta de assunto lê-se os pensamentos dela :

Não me venha com falsos elogios, abraços curtos e "boa noite" em formato de "eu te amo" ou vice-versa. Cortar cebolas não me agrada e não faço questão. Sentimentalismo barato é como mascar chiclete sabor tuti-frui, sabe aquele saborzinho infantil e escasso? Não quero gastar minha saliva desse modo. Não que eu não goste de "inflar um balãozinho rosa e mágico" enquanto masco chiclete ( até estourar), mas eu prefiro o cheiro forte e doce da menta, me aproxima da realidade sem afetar meu paladar.

Quando penso em te convidar para tomar um café, penso duas vezes antes de me irritar com você. É claro que você tem bom gosto, só não sei quando a sua imprevisibilidade vai falar mais alto ao ponto de eu não conseguir escutar as batidas do seu coração nem que eu me aproximasse do teu peito devagar.Acendo um cigarro. Droga, você não está longe e eu ainda sinto a sua falta.Você me assusta e me deixa inquieta com as suas demonstrações de afeto,( se é que posso chamar de demonstração de afeto, parecem mais amostras grátis das quais nunca são suficientes) é claro.Qual é o meu problema? Porque quando ela está perto me sinto bem, mas quero que ela vá embora e quando ela vai embora eu não sinto nada.Não gosto de jogar baralho, mas gosto de embaralhar as cartas. Depois dizem que o bom café é amargo e quente, mas eu tenho as minhas dúvidas.Me disseram algo, mas não terminaram o raciocínio, fico sem entender,termino de comer a comida ou leio um jornal e aceito. Tem gente que dorme na rua e no frio e penso que é bom ter um cobertor para dormir. Não é pouco, tolice é pensar que morar no Alasca vai me fazer acostumar com o frio. Eu tenho companhia, mas ás vezes prefiro a minha cama.

Eu moro num país tropical e não gosto de praia, mas gosto do mar.Pensando bem o calor humano que ela me dá me faz fechar os olhos e pensar que gostaria de estar em um lugar frio. Penso no mar e no quanto ele é profundo, penso nas belezas que há, coisa da natureza que não é efêmera, mas pode acabar se você não cuidar. Eu queria um abraço seu, quente como o dela, ou melhor.Você me faz sorrir e quase ter vontade de chorar, gritar, ás vezes, mas penso nas cebolas que eu tenho que cortar. Não, eu não tenho que cortar cebolas e não gosto de novelas, mas gosto de musicais e de teatro.

Espera aí..Não, vá embora. Eu disse: não vá embora! Juro que gostava da chuva de um modo especial, mas ver ela cair a noite me dá vontade de dormir.Ás vezes é diferente,falo coisas contrárias do que penso e espero que você entenda. Eu costumava ler mais e sonhar melhor,mas ontem eu tive um pesadelo, hoje estou bem.Pouco falei sobre a Lua ou as estrelas. O último filme que assisti se passava na Inglaterra. E não gosto muito de televisão, já disse.

Quer saber? Eu tenho segredos tão abertos quanto um livro, mas eu sei que você não gosta de ler.Já não escrevo como antes, mas isso não tem nada a ver com ninguém, só faz sentido pensar. Algumas pessoas têm a capacidade de me encantar, mas não me tocam, aprecio como obra de arte, cada uma com sua idiossincrasia.Não imagino como seríamos no sofá da sala de mãos dadas. Estive na casa dela, mas não entrei completamente.Tocavam belas músicas na rádio da tv, mas nada se compara a Nouvelle Vague.Gosto de como você toma cuidado para falar algumas coisas, mas você se contradiz demais, acho que é um pouco de medo ou imaginação.Lembro-me de algo da Clarice Lispector agora.Silêncio.É bom saber disso sem precisar falar, eu também gosto de você. Me abraça? Gosto de quando não preciso disso e você me faz sorrir, mas não vá se gabando muito.Coloque o filme certo, você sabe que vai me agradar.Antes ir ao médico do que morrer de desgosto. Eu nunca quis ser a Bette Davis e tão pouco bailarina, mas mantenho meus pés no chão de alguma forma, mesmo quando estou nadando. Eu não sou atriz e esse não é meu papel, acho que vou estudar.Chupo um tic-tac e abro a revista.