terça-feira, 10 de março de 2009

.Do. .Fim.

Naquela noite lhe acontecia algo então que jamais pudera crer que um dia se concretizasse de maneira tão detalhista e abstrata. Colocou então suas mãos sobre as dela e olhara fixamente em teus olhos. Não acreditava. Deixou que um sopro de calmaria lhe tocasse os cabelos e a pele quente. Um bilhete escrito a mão, dedos firmes com toque de precisão e uma rosa. Uma taça de champagne ao lado da luminária em cima do criado mudo. Acariciou-a lentamente. O silêncio dominava o ambiente enquanto os olhos estavam a brilhar. Foi caminhando até a porta do carro deixando as dúvidas para trás e cobrindo-se de certeza olhou para cima no intuito de que as estrelas contribuíssem com sua decisão. A Lua iluminava seus pensamentos mais uma vez de uma forma tão especial. Sentando-se confortavelmente no banco do carro lembrara das taças de vinho, as velas e os sorrisos. Toda delicadeza de um beijo até o movimento em sintonia dos corpos, como chaves abrindo e fechando as portas do desejo e da emoção.Colocou a chave no contato, ligou o rádio, tocava aquela canção, tomado pela vontade de cantar fechou os olhos e embalou-se no refrão : " You think you're loving, but I want to be free, baby". Olhou-se no espelho, ajeitou o cabelo e pegou a estrada. Conceentrando-se nas curvas começou a observar que no fundo o mundo dava voltas e voltas.

Já estava amanhecendo, ele tirou o óculos do porta-luvas, parou no posto mais próximo para abastecer o carro e depois o estacionou na frente daquele restaurante de estrada, entrou. Seu celular tocava, certamente era ela, deixou que cansasse de tocar e por fim desligou. Tirou a carteira do bolso, comprou um chá gelado e um maço de cigarro. Ao olhar para trás deparou-se com uma mulher e não uma garota. Ela estava de vestido vermelho, salto alto, bolsa fina , cabelos lisos, olhos verdes. Caminhou em sua direção e com os lábios próximos ao seu ouvido perguntou-lhe : " por favor, você sabe me dizer como faço para chegar a um hotel mais próximo?". Quase um sussurro! Ele, claro, não exitou e ofereceu-lhe uma carona. Ela tomando o convite como uma diversão entrou no carro e agradeceu-lhe. Eis que então ele se deu conta de que depois que tivera tudo o que queria, já não queria mais. Horas, no outro dia ela estava morta.

terça-feira, 3 de março de 2009

.Do. .a.b.r.a.ç.o.

Eis aqui a exposição artística dessas lágrimas preciosas, lágrimas de diamante, eu diria.É que quase não se derramam desses teus olhos perdidos que procuram se fixar em atenções, mas é que eu vejo que por mais duro feito pedra e transparente feito vidro que pareça ser, lá no fundo existe alguém. Um toque de sutileza, de uma sensibilidade inenarrável, mas que tem medo de aparecer. Por isso tão moldado e tão afável. Eu entendo.Supervalorizar o (in)comum.Trago-te flores mortas como ti por dentro, elas já foram talhadas, espero que se identifique.