SImpatizando com a saudade

Ah! Como é bom tirar um tempo pra deixar bater no peito aquele preto e branco, sentir aquele cheiro doce de saudosismo saudável! Tem coisa que aquele olhar de longe, meio ressabiado, pode até enxergar como loucura ou masoquismo, mas não há nada como abrir uma caixinha de lembranças e deixar entrar na mente a visita daquele filme íntimo, o passado.

E que passado!!! Acho até que é mania da gente quando deitamos na cama e deixamos brilhar nos olhos aquela estrela, romantizar o passado. Parece que damos um lustre a mais no brilho das lembranças, talvez porque foi bom, talvez porque foi bem aproveitado e ainda sim deixou aquele gostinho agridoce do quanto foi intenso e no quanto isso reflete nas horas em que queremos levar aquele tempo pra cama com a gente. Coisa que se funde em sonho ás vezes sabe? Às vezes é até aquela saudade do que a gente não vivenciou, daquela história que a gente ouviu e sentiu, ou apenas imaginou.

Posso até estar generalizando mal, mas quando falo de saudade, falo do olhar de inocência presente pro futuro, falo do timbre, falo da pureza de quando aquela música atravessa a nossa alma, quando aquela foto congela um pedacinho de felicidade, como quando recebemos uma cartinha daquela pessoa especial e lemos com o coração apertado.

Não é de todo mal olharmos para trás sorrindo ou até mesmo chorando e pensar que embora viramos aquelas páginas da nossa vida, elas estão guardadas como um bom e velho livro na estante, esperando para ser lido, relido, decifrado,e, que quanto mais a gente vai virando e lendo, a gente vai se embriagando e se dando conta de que ele na verdade, deveria ser fechado outra vez. Basta estar inspirado para olhar com outros olhos e perceber o quanto foi eterno ...enquanto durou!